Para destacar o check-list básico para a saúde do aparelho reprodutivo feminino, em todas as fases da vida da mulher, a ginecologista-obstetra Claudia Takano dá um panorama geral. As principais diretrizes e funções do check-up ginecológico anual são importantes ferramentas para o combate ou a detecção precoce de problemas de saúde relacionados à mama, útero, ovário e os órgãos genitais femininos, e também para a prevenção e tratamento de doenças que podem levar à infertilidade.
Todos os anos - a recomendação básica é que todas as mulheres procurem pelo atendimento do seu ginecologista, anualmente, ou sempre que houver algum sintoma, queixa.
Nesta consulta, o médico realiza a anamnese (entrevista) conversando detalhadamente sobre eventuais sintomas ginecológicos. É importante sempre ter em mente quais os assuntos mais relevantes nessa conversa: o ciclo menstrual, o método contraceptivo utilizado, o histórico de gestações, de doenças da paciente e da sua família. Esses são os dados que antecedem a consulta clínica e são complementares para os exames laboratoriais ou de imagem, que serão indicados para aquela paciente.
O exame clínico de rotina indicado, ou seja, que deve ser realizado pelo ginecologista no consultório, deve compreender:
- Exame das mamas
- Exame dos órgãos genitais externos (vulva)
- Exame especular – para avaliação da vagina e colo do útero, se há presença de corrimento e realização da coleta de material para exame preventivo de câncer de colo do útero (Papanicolau)
- Exame de toque vaginal – em que são avaliados o útero e ovários, quanto ao tamanho, consistência, posição, mobilidade, dor.
Com esta avaliação clínica, é possível detectar DSTs e outras doenças como mioma, suspeita de endometriose, nódulo de mama.
Os exames laboratoriais de rotina, envolvem:
1-
Exame de Papanicolau (colpocotologia oncótica) – detecta e previne o câncer de colo uterino. No Brasil, a recomendação é que se realize nas mulheres entre 25 e 64 anos, que já iniciaram atividade sexual. O intervalo é a cada 3 anos, desde que se tenha realizado dois exames normais, consecutivos, com intervalo de 1 ano. Existem mulheres que apresentam maior risco. Estes casos são analisados pelomédico, individualmente. Ele irá decidir se há a necessidade da realização de um rastreamento diferente da recomendação habitual.
2-
Exame de mamografia: detecta o câncer de mama. Segundo o Ministério da Saúde, é recomendada realização anual, a partir dos 40 anos ou entre 50 e 69 anos. As mulheres com histórico familiar são avaliadas, individualmente, quanto à necessidade de iniciar a realização desse rastreamento, de forma mais precoce.
3 -
O exame de ultrassom: possui diversas funcionalidades e é solicitado quando é detectada a necessidade de uma melhor avaliação dos órgãos genitais internos (útero, ovários e tubas uterinas), devido a alterações detectadas no exame ginecológico (clínico) e/ou o relato sobre diferentes sintomas ginecológicos. Entre eles: alterações do ciclo menstrual, queixa de infertilidade, dor pélvica. O ultrassom também é indicado para avaliar posição de DIU de cobre.
Não há indicação de exames de rotina específicos para quem utiliza o DIU de cobre. Apenas é recomendado que as mulheres retornem para consulta de 3 a 6 semanas após a implantação do dispositivo intrauterino.
Para saber mais, consulte seu ginecologista.
Claudia C. Takano é ginecologista-obstetra, Mestre e Doutora pela Escola Paulista de Medicina, Unifesp. CRM: 77181